Page 205 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Por pertencer à categoria mais numerosa, mais coesa e mo-
bilizada (a dos professores assistentes), fui o único representante vi-
torioso da chapa da ADUNESP para o primeiro Conselho Univer-
sitário eleito pela Universidade. Certamente, em termos de votação
no Conselho, pouco poderia fazer. Por isso, com a concordância dos
meus representados, independentemente das intervenções que fa-
zia no plenário, me comprometi a relatar minuciosamente o desen-
rolar das sessões, dando ciência a todos os
campi
da posição de seus
diretores, que depois seriam devidamente cobrados. Tenho comigo
cópias das circulares que eu religiosamente enviava.
b) Eleição direta e o movimento de Assis
À altura de 1983, a redemocratização do país é sinalizada,
entre outros atos, pela posse dos novos governadores, eleitos dire-
tamente pelo povo. Mas em São Paulo, na cúpula da UNESP, ainda
permanecem dirigentes ligados ao malufismo. Em Assis, pelo regi-
mento, encerrava-se o mandato do diretor. O
campus
se mobiliza,
liderado pela ADUNESP, pelo Diretório Acadêmico e por funcio-
nários, propondo a escolha direta do diretor, algo também inédito
no âmbito universitário oficial do Estado e do País. O professor An-
tonio Quelce Salgado foi escolhido, mas não teve seu nome aprova-
do, seja pela Congregação do campus de Assis, seja pela Reitoria,
que resolveu reconduzir o mesmo diretor que terminava o seu man-
dato.
Diante da mobilização organizada pela ADUNESP, pelo
DIRETÓRIO ACADEMICO e por funcionários que culminou
na invasão da própria diretoria, a Polícia foi chamada e invadiu o
campus. As aulas foram suspensas. Professores, alunos e funcioná-
rios foram ameaçados pela Reitoria, que fez lista para demitir, sus-
pender, punir de uma ou de outra forma.
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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?