Page 158 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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dos eram insuficientes. Nesses anos a Universidade não dispunha
de restaurante universitário e moradia estudantil, constituindo-se
esses tópicos em bandeira de luta estudantil e, felizmente, desfru-
tados pelos universitários, atualmente. Mesmo existindo demanda,
também não havia bolsas de auxílio moradia, bolsa BAE, bolsa para
projetos de extensão, bolsa de Iniciação Científica do Núcleo de En-
sino – PROGRAD, bolsa CNPQ/PIBIq e outras modalidades. Na
época falava-se (com pouca divulgação) da bolsa de Iniciação Cien-
tífica da FAPESP.
Tendo como meta a Pós-Graduação e a necessidade de re-
cursos para me manter na graduação, elaborei projeto de pesquisa
que buscou investigar a participação estudantil e política dos es-
tudantes do Campus de Assis, sob a orientação do professor Dr.
Antonio Carlos Bernardo, sendo contemplada com a bolsa da FA-
PESP em 1980. Esta conquista certamente forneceu-me incentivo e
subsídios para dar prosseguimento aos estudos na Pós-Graduação.
Em 1981 concluí o curso de Psicologia e ao final deste mesmo ano
fui aprovada no processo seletivo para o Mestrado em Educação na
UNICAMP, que iniciei em 1982.
A partir de 1980, a sociedade brasileira passa a respirar no-
vos ares afastando-se cada vez mais da ditadura sem, no entanto,
deixar de (con)viver com os desdobramentos dela. A própria cria-
ção da UNESP em 1977 já se deu num momento em que a socieda-
de brasileira manifestava sua resistência e descontentamento para
com o sistema político vigente, exigindo a volta da democracia. Na
nova Universidade não podia ser diferente. A vida acadêmica e o
movimento estudantil foram agitados nos anos iniciais da UNESP.
Nesse contexto de ampliação da democracia, não dá para
deixar de mencionar o grande processo de democratização que o
Campus de Assis vivenciou em 1983, quando os segmentos de pro-
fessores, funcionários e alunos, reivindicavam eleição direta para o
novo Diretor da Faculdade. Finalizada a consulta, o então Reitor
não indicou o candidato escolhido em primeiro lugar pela comu-