Page 141 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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também nos dividíamos no interior da polêmica marxista do final
dos anos 1960 e da década seguinte. Se todos éramos por Marx,
distinguíamo-nos em ser pró ou contra Althusser. A leitura de Al-
thusser – tida como revovadora do marxismo – fazia então parte de
nossas cogitações.
Sintonizados com os simbolismos e interpelações da cha-
mada “revolução de 1968”, éramos rebeldes. Isso nos distinguia
da maioria dos professores da Faculdade de Filosofia de Assis que,
embora também formada na USP, prezava os formalismos, as hie-
rarquias e a disciplina acadêmica.
A relação com os alunos também nos distinguia dos demais
colegas da Faculdade de Assis, pois, desde sempre, estivemos pró-
ximos deles; com os estudantes estabelecíamos – dentro e fora das
salas de aula – relações informais e até mesmo de camaradagem.
Frequentavam os estudantes nossas casas e alguns de nós vi-
sitavam suas repúblicas, além de estarmos presentes nas festas e dos
encontros nos bares da cidade.
Talvez, de forma inconsciente, buscávamos em Assis “des-
construir” o ambiente solene e academicamente carregado que viví-
amos na Rua Maria Antônia.
Nossa inserção nas atividades da FFCL
As turmas de Filosofia eram pequenas; na sua maioria, os
alunos eram jovens e do sexo feminino. O DF oferecia disciplinas
para outras unidades; entre elas, por exemplo, Teoria do Conheci-
mento para o curso de História e Psicologia e Estética para curso de
Letras.
Com frequência, os professores do DF eram convidados
para as atividades culturais desenvolvidas na Faculdade (palestras,
mesas-redondas).
Alguns docentes do DF tiveram papel importante na criação e nas
atividades desenvolvidas pelo “Clube de Cinema da FAFIA”, jun-