Page 14 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
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memorando ummomento especial de sua travessia: o seu jubileu de
ouro.
Em 2008, ao completar cinquenta anos, a FCL de Assis,
antiga FAFIA, nos mostra com vigor que as instituições universi-
tárias, embora fundadas por decretos, só podem ser “inventadas”
ao longo do tempo por sua comunidade acadêmica, em sua convi-
vência com a sociedade local, regional e com o mundo. Vão sendo
inventadas e reinventadas, mesclando e tecendo marcas históricas,
pois, como dizia Machado de Assis, “cada detalhe da obra pertence
ao seu tempo”.
A FCL de Assis se fez viva e ativa desde o contexto pionei-
ro da construção de conhecimentos científicos e culturais longe dos
grandes centros urbanos. No início, em 1958, professores do curso
de Letras encararam os desafios educacionais do ensino superior da
época e “desmataram” o terreno para a invenção de uma faculda-
de pública e humanista de qualidade. Em 1962, para fortalecer este
propósito, criou-se o curso de História. Em 1966 foi a vez do curso
de Psicologia e, em 1967, do curso de Filosofia. No ano de 1976, foi
decretada a criação da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e
a FCL de Assis passou a fazer parte dessa nova estrutura univer-
sitária que, com uma ferina canetada, enviou o curso de Filosofia
para Marília. Anos depois, em 1990, foi implantado na Faculdade o
curso de Biologia e, em 2003, o curso de Biotecnologia, atualmente
transformado em Engenharia Biotecnológica.
Durante todo esse percurso, com um cuidadoso e rico acer-
vo de livros e periódicos, foi se consolidando a Biblioteca do
campus
.
Vieram também os programas de mestrado e doutorado e, entre ou-
tras instâncias, o Centro de Pesquisa e Psicologia Aplicada (CPPA)
e o Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP). Cada
passo dado traz lembranças e representações de outros tempos, que
desvelam cenas cotidianas de mobilizações políticas e resistências.
Professores, funcionários e alunos discutiram e participaram ativa-
mente dos caminhos da universidade e do país. Lutaram contra os