Ca t á l ogo da Heme r o t eca do Cedap
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Paiva, Humbert, entre outros. Fotografias assinadas por Pedro de Moraes, Paulo Garcez,
Valter Gheiman, entre outros.
COLABORADORES
: Tarso de Castro, Claudius, Jaguar, Ziraldo, Sérgio Cabral,
Prósperi, Luis Carlos Maciel, Millôr Fernandes, Fortuna, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa,
Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda, Chico Anísio, Ferreira Gullar, Pedro Ferretti,
Marcos de Vasconcelos, Odette Lara, Vinicius de Moraes, Glauber Rocha, Cacá Diegues,
Newton Carlos, Sérgio Augusto, Alberto Dines, Aloísio Biondi, Alfredo Sirkis, Edílson
Martins, Ivan Lessa, Newton Carlos, Flávio Rangel, entre outros.
CARACTERIZAÇÃO
: A forma gráfica do jornal é uma de suas características marcantes.
Não tem uma sequência estabelecida de colunas. A página é construída de um modo
muito visual, tomada como um objeto composto, equilibradamente, de texto, ilustrações e
eventuais fotografias. Os artigos são apresentados como um todo, de forma a serem não
somente lidos, mas também vistos. A página é trabalhada graficamente de modo a ser
mais que um suporte para a leitura linear. E os artigos são sempre acompanhados de
ilustrações, ou então a página comporta, além do texto, um ou mais cartuns.
DESCRIÇÃO
:
O
Pasquim
circulou em um dos períodos mais conturbados da história
brasileira, foi porta-voz de todos os tipos de intelectuais, artistas, músicos e,
especialmente, jornalistas que faziam ou não parte de sua redação, contra a Ditadura
Militar Brasileira (1964-1985), período apreensivo em que sofreu com a censura. Inspirou-
se na chamada contracultura norte-americana e, em meados dos anos 70, se tornou um
dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro, discutindo questões como sexo,
drogas, feminismo, divórcio etc. Misturava política, comportamento e crítica social,
caracterizando-se pela utilização do humor como forma de contestação. Inicialmente,
tinha como alvo principal a ditadura militar e a censura estabelecida no meio jornalístico
do qual o próprio jornal sofreu, pois teve censores em sua redação e muitos de seus
colaboradores sofreram com prisões e exílios. O moralismo da classe média e a grande
imprensa também eram alvos das sátiras pasquinianas. Consequentemente, a partir de
1974,
O Pasquim
tornou-se o jornal dos anistiados, entrevistando exilados e fazendo
propaganda pela anistia. No início de 1980, com a abertura política, a redemocratização e
o pluripartidarismo, a ditadura militar deixou de ser o único alvo dos colaboradores. A
partir de 1988, o jornal posicionou-se contra a corrupção, o capitalismo neoliberal e após
as eleições presidenciais de 1989, contra Fernando Collor de Melo e as políticas
implementadas por ele no governo. Portanto,
O Pasquim
tem uma relação íntima com a
política e as questões sociais do período que circulou. Trata-se de uma das principais
portas de entrada para o conhecimento da sociedade brasileira, nas décadas de 70 e 80,
e da chamada imprensa nanica, do qual fez parte como um de seus precursores.