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Diretor:
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Vice-Diretora:
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Coordenação:
Cláudia Penavel Binato
Colaboração:
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Colaboração Técnica:
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Edição:
Cláudia Penavel Binato
Reportagens:
Mayara Pavanato; Mayara Crispim; Nayana Camoleze - MTB 47252/SP
Revisão:
Cláudia Penavel Binato; Marco Antônio Domingues Sant’Anna
Diagramação:
Mayara Crispim, Mayara Pavanato
Esta é uma publicação da Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Núcleo Integrado de Comunicação.
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Expediente
2
Nosso Câmpus
julho/2012
PSICOLOGIA
Professor desenvolve pesquisa sobre
a ligação entre psicanálise e estética
Mayara Pavanato
A sensação de est ra-
nhamento para alguns tal-
vez seja plausível quando
fa lamos na união ent re
psicologia, psicanálise e
estética, já que estas áreas
podem parecer um pou-
co distantes, a princípio.
Mas o que o prof e s sor
Gustavo Henrique Dioní-
sio pretende mostrar em
suas pesquisas é que elas
estão mais interligadas do
que imaginamos. Segundo
ele, suas pesquisas são um
trabalho de fronteira, em
que há uma preocupação
com a imagem, seja ela
qual for. A imagem, nesse
caso, não está associada
apenas às ar tes visuais ,
mas também à música e à
poesia, por exemplo. Ela é
um tipo de representação
possível para di ferentes
formas artísticas.
Formado em Psicologia
pela Universidade Estadu-
al Paulista Júlio de Mes-
quita Filho, UNESP/Assis,
o professor Gustavo possui
mestrado e doutorado na
área de Psicologia Social
pelo Inst ituto de Psico-
logia da Universidade de
São Paulo (USP) . Além
disso, estagiou na Pitié-
-Salpetrière e na École de
Hautes Études en Scien-
ces Sociales em Paris, na
França . Atua lmente el e
é professor assistente do
Departamento de Psico-
logia Clínica, no câmpus
de Assis.
De acordo com o profes-
sor, a experiência estética
auxilia a clínica psicanalí-
tica. Isso porque o expec-
tador e a obra convergem
na escuta clínica. Há tam-
bém uma comparação feita
Estudo de Gustavo Dionísio inspira a segunda publicação do professor da Unesp/Assis
entre o trabalho do poeta
e o do psicanalista. Ambos
rea l i zam o t raba lho de
simbolizar e subjetivar o
real. Se o poeta trabalha
assim com a linguagem e
as palavras, o psicanalista
o faz de acordo com os
relatos de seus pacientes,
que não são mensagens
claras por si sós, mas exi-
gem tais esforços.
Al guns dos proj e tos
orientados pelo professor
Gustavo envolvem o cine-
ma surrealista e a dança.
Ambos f azem par te do
campo das Artes e podem
estar associados à estética
e também à psicologia. No
projeto acerca do cinema,
o foco é o surrealismo e
a ps i caná l i s e , par t indo
do téor ico Jean Jacques
Lacan . Já , na pe s qu i s a
sobre a dança, a proposta
é ent revistar bai lar inos
formados e perceber suas
experiências subjetivantes.
Um ponto em comum
pode ser percebido en-
tre estética e psicanálise.
Em ambas as prát icas é
necessário haver silêncio.
Diante de uma obra, o ex-
pectador permanece em
si lêncio, ao passo que o
psicanalista assim procede
em face do paciente.
Nas sessões clínicas não
há um diálogo, mas sim
um monólogo, uma vez
que o papel do psicanalista
é principalmente instigar
o paciente a falar. Além do
silêncio, mais dois outros
pontos t ambém podem
ser estabelecidos: o tempo
e a ref lexão. Estes com-
plementam a ausência do
diálogo e permitem que o
processo de subjetivação
aconteça.
O trabalho do profes-
sor Gustavo, no campo
Foto: Mayara Pavanato
Professor Gustavo Henrique Dionísio é autor de dois livros
estético, não para por ai.
Ele também trabalha com
artistas contemporâneos
que possuem obras nos
museus de Arte Moderna
e Contemporânea, na USP,
bem como na Galeria Ver-
melho, em São Paulo. Aqui
já é possível distinguir am-
bos os espaços; enquanto
o museu tem o papel de
expos i ção das obras , a
galeria é um lugar comer-
cial, que realiza a compra
e venda das mesmas.
A proposta é acompa-
nhar as mont agens das
exposições e conhecer tais
artistas, sendo assim um
expectador pr ivi legiado
do trabalho. É isso que
permite uma relação mais
intensa com o processo
de enunciação da obra, ou
seja, o momento da sua
realização. Para Gustavo,
essa etapa do trabalho é
ainda mais interessante do
que o contato com a obra
já acabada, pois permite
ver nas entrel inhas , ter
conhecimento de certos
deta lhes . Além di sso, é
preciso focar a psicanálise
aplicada na obra e não no
artista, visto que isso pode
ser uma violência inter-
pretativa. O artista é uma
parte da obra, mas não a
obra em si.
O professor Gus t avo
é autor de doi s l i vros ,
um deles já lançado pela
Editora Fiocruz, chama-
do O ant ídoto do ma l :
crítica de arte e loucura na
modernidade brasi leira”,
fruto do seu trabalho de
mestrado. Em breve, sua
segund a obra será lançada
pela Editora Annablume,
intitulada
“Pede-se abrir os
olhos. Psicanálise e ref lexão
estética hoje”
.