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FAMÍLIA SCALABRIN

a01.gif (387 bytes) trajetória da família SCALABRIN demonstra com muita clareza dois aspectos da vida dos trabalhadores de Schio: 1) a vulnerabilidade a permanentes deslocamentos territoriais, mudanças que se tornavam imperativos existenciais, pois só assim poderiam garantir no local de chegada o mínimo indispensável para sua sobrevivência; quando não o encontravam, batiam em retirada, imediatamente ou algum tempo depois, ou para logo a seguir andar mais adiante; 2) os vínculos atávicos – malgrado a distância de um emprego e outro - com a atividade industrial, especialmente a têxtil. A história dos SCALABRIN(s) que seguiram para o Sul reforça ainda mais essas conclusões.

o01.gif (399 bytes) ancestral dos SCALABRIN(s) que alcançamos através da pesquisa foi Vito Modesto, filho de Giovanni e de Geltrude Snichelotti; nascido aos 12 de junho de 1834, em San Vito di Leguzzano (VI). Chegou a Schio em 8 de dezembro de 1872. Casou-se com Dal Pozzolo, Carolina (filha de Nicola e de Gaspari, Teresa; também de San Vito, aos 19 de agosto de 1833 - faleceu em 22 de junho de 1884). Após a morte de sua mulher, Vito Modesto deixou Schio em 26 de dezembro de 1884 e rumou para Valli del Pasubio (VI). O casal tivera cinco filhos. Entre eles, o mais velho, Antonio Costantino (foto logo abaixo) que nasceu em Schio, aos 22 de novembro de 1858, operário têxtil.

Antonio Costantino quando trabalhava como operário na Companhia de Fiação e Tecelagem de Porto Alegre.
Fonte: Acervo da Família SCALABRIN.

asou-se em 29 de janeiro de 1881, em Schio, com Emilia Pizzolato, nascida também em Schio, aos 24 de fevereiro de 1860. Era filha de Giuseppe e de Virginia Zanella. A profissão de Emilia era "dona de casa". O casal teve dois filhos nascidos em Schio: Vito, aos 18 de junho de 1881; e Giuseppe Ermagora (vide Foto 6B), aos 7 de outubro de 1882. Emília veio a falecer, provavelmente vítima de seqüelas do parto de Giuseppe, aos 14 de outubro de 1882, uma semana depois do nascimento deste seu último filho. Após o trágico evento, Antonio Costantino casou-se uma segunda vez, em 23 de setembro de 1889, somente no religioso, com Maria Roverso, nascida aos 3 de outubro de 1858, em Cologna (VI). Era filha de Asterio e de Antonia Ferraretto. Sua profissão era ser "dona de casa" também. Ela chegou a Schio, vindo de seu município natal, aos 26 de dezembro de 1880. Desse casal nasceram em solo escledense, ainda: Egidio, aos 20 de julho de 1885; Emilia, nascida em 1º. de junho de 1887; e Bruno Giordano, aos 6 de dezembro de 1889. Os dois primeiros foram legitimados por meio do matrimônio. A grande família morou na Via Pietro Maraschin, 12; na Via Palestro, 400; na Via Soggioli, 93a; e, finalmente, na Via Palestro, 384. Fizeram, com isso, a trajetória operária: rumo às portas da fábrica.

Giuseppe Ermagora, filho de Antonio Costantino quando maquinista da Viação Férrea do Rio Grande do Sul.
Fonte: Acervo da Família SCALABRIN.

p01.gif (347 bytes)artiram daí para o Brasil, no ano de 1891. Antonio Costantino e sua família se dirigiu ao Rio Grande do Sul, fixando-se, no início, em Rio Grande e Caxias do Sul. Antonio, com o filho Giuseppe Ermagora, exerceram ali a profissão de tanoeiros. Mudaram-se para a Capital gaúcha a seguir, pois Antonio Costantino, trabalhou ainda como operário têxtil, na Companhia de Fiação e Tecelagem de Porto Alegre, entre 14 de outubro de 1919 e 21 de maio de 1939, quando faleceu.

iuseppe Ermagora (segunda foto) aí casar-se-ia e trabalharia na Viação Férrea do Rio Grande do Sul, como maquinista, desde janeiro de 1902 até 7 de junho de 1918, quando veio a morreu em virtude de um acidente (foto no final desta página).

o01.gif (399 bytes)s descendentes de Antonio Constantino residem, ainda hoje, no Rio Grande do Sul. Os irmãos de Antonio Costantino foram: Eustachio Bonvicino; Geltrude; Giovanni Malacchia [nascido em Croce Mozza (Piemonte)] que, conforme mencionamos no texto acima, emigrou para São Paulo, fixando-se em São Bernardo.

a01.gif (387 bytes)s informações sobre os SCALABRIN(s), após sua chegada ao Brasil, nós as conseguimos graças ao encontro - via mensagens eletrônicas - com Orlando, nascido em 2 de fevereiro de 1951, em São Leopoldo (RS), filho de Victorio Scalabrin e Hertha Noemia Haas Scalabrin, último dos quatro filhos do casal. É, portanto, neto de Giuseppe Ermagora e bisneto de Antonio Costantino. Formou-se Técnico em Contabilidade, em 1968, também em engenharia operacional – modalidade: Fabricação Mecânica, em 1980, na Unisinos de São Leopoldo. Especializou-se em Engenharia de Segurança do Trabalho, em 1989, também na Unisinos. Sua trajetória profissional começou aos 14 anos, como auxiliar de escritório, aos 19 fez estágio na "AB Bofors", em Karlskoga (Suécia), na área de fabricação de aços especiais em Aciaria. Permaneceu naquele país por 2 anos e meio. Dos 21 até 42 anos trabalhou na "Aços Finos Piratini S.A.", empresa fabricante de aços especiais de construção mecânica, aços ferramenta e inoxidáveis, sempre na área de Aciaria onde desempenhou funções de Mestre de Turno, Técnico de Engenharia de Projetos, Supervisão de Aciaria e por fim Compra de Metálicos. Ao sair da AFP se aposentou e constitui, em sociedade com um amigo, uma empresa de injetados plásticos na área de solados para calçados, permanecendo nessa área por 3 anos. Vendeu sua parte e trabalhou mais dois anos na área de desenvolvimento de matrizes para peças em poliuretano estrutural. Orlando, hoje, reside no Nordeste do País.

esse nosso encontro virtual, assim escreveu Orlando: [São Leopoldo (RS)] Desde o início do ano, até meados do primeiro semestre de 1999, meu objetivo foi obter a cidadania italiana, um direito assegurado aos descendentes dos imigrantes. Ao longo dos anos, por diversas vezes indaguei ao meu pai a respeito dos meus ascendentes. Porém, como havia perdido seu pai ainda criança, com seis anos de idade, e devido ao fato de seus irmãos logo em seguida se separarem indo viver em locais distantes, a história se perdeu e ele pouco sabia à respeito. Até então tinha conhecimento apenas do que estava escrito na minha própria certidão de nascimento mais o primeiro nome dos meus bisavôs e que haviam vindo da Itália quando meu avo tinha por volta de 10 anos de idade. Descobri que meu bisavô havia trabalhado numa tecelagem em Porto Alegre e fui até lá. Para minha alegria havia nessa empresa uma ficha de empregado onde constava sua data de nascimento, data de chegada ao Brasil, data de falecimento e cidade onde havia nascido. Do meu avo só encontrava documentos onde era afirmado que havia imigrado da Itália porém sem dizer de qual cidade. Durante um bom tempo concentrei meus esforços na busca de informações na Internet. Em sites de busca e ICQ. Cada vez que encontrava um Scalabrin, fazia contato, porém sem grande sucesso. Até que encontrei uma lista de imigrantes vindos de Schio, chegados em 1891 e com destino desconhecido no Brasil, onde constava o nome de meu bisavô com sua data de nascimento. O responsável: Prof. Folquito, da Unesp. Como sempre, mandei um mail. A resposta demorou um pouco e acabei encontrando até um tal de Nicolò Scalabrin que comprou uma casa em Veneza em 1492 ... Mas quando veio a resposta, foi uma enxurrada de informações. Fiquei emocionado. Meu pai mais 3 dos seus irmãos partiram conhecendo menos do que eu a respeito dos nossos ascendentes. Continuo firme na tarefa de obter a cidadania italiana, porém o foco da minha pesquisa mudou. Agora quero saber mais sobre a história da minha família. Orlando Scalabrin, 18.07.1999.

Acidente ferroviário que vitimou Giuseppe Ermagora, em 7 de junho de 1918. Fonte: Acervo da Família SCALABRIN.