Page 367 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
compromissada com valores socialmente desejáveis é fundante para
a conquista do reconhecimento e respeito da sociedade. A especifi-
cidade dos objetivos de uma instituição universitária em promover
a pesquisa, o ensino e a extensão do conhecimento sempre exigiu (e
exige) um grande esforço da comunidade acadêmica para defender
bandeiras que a mantenham como objeto de desejo durante várias
gerações. O investimento em ações voltadas ao desenvolvimento
do pensamento crítico e autônomo, a busca permanente de valores
democráticos, o compromisso com a construção de uma sociedade
mais justa, a democratização do acesso ao ensino superior e, princi-
palmente, a manutenção do ensino público e gratuito de qualidade
são princípios que fizeram e fazem viva e ativa a Faculdade de Ciên-
cias e Letras da Assis.
Por outro lado, a memória histórica tem suas contradições.
Passados 50 anos, ainda sentimos na pele o peso de estarmos den-
tro de uma instituição pública em um país marcado por profundas
desigualdades sociais e tradicionalmente submetido a uma política
lesiva às condições de vida digna para a maioria de sua população.
E isso, inevitavelmente, nos conduz a uma reflexão sobre o tempo
presente e o papel futuro dos compromissos da Universidade.
Pensamos que a universidade deve colocar em primeiro plano o
seu compromisso social. Precisa estabelecer, de forma permanente,
uma forte interlocução com a sociedade, envolvendo-se na defini-
ção de políticas de desenvolvimento regional, saúde, educação, ação
social e de direitos humanos. Para tanto, necessita orientar-se por
princípios éticos e humanísticos capazes de promover uma forma-
ção profissional compromissada com a ética e a cidadania.
Olhar para nossa Faculdade, sob diversos ângulos, por diversos
anos, gostemos ou não do que vemos, foi e tem sido nossas vidas.
Nossas travessias, das primeiras às atuais histórias, desvelam lem-
branças de acontecimentos, presenças e ausências que compõem
aquilo que hoje somos. Agora, miramos o futuro e nos pergunta-