Page 349 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
Memória da memória
O evento e o tempo
Na manhã de 13 de março de 2008, no Restaurante Uni-
versitário, alunos, professores e funcionários reuniram-se para evo-
car o passado e inscrevê-lo no presente. Nesse encontro, ocorreu a
distribuição da Agenda Comemorativa, composta por textos e ima-
gens concernentes à Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Entre
a memória e a descrição da configuração atual da Faculdade, essa
agenda efetiva um percurso de pequenos indícios – como pegadas –
iluminadores de pessoas e eventos, de espaços e tempos, compondo
uma via na qual se inscreve o poder das pistas, dada a impossibili-
dade de captar o todo.
O Café da manhã desencadeou um tempo plural, tempo
de uma ação no presente, bifurcada entre o passado e o futuro: os
ruídos afetivos da memória e a intensidade dos desejos, perceptí-
veis na voz das autoridades e no olhar dos presentes. Esse evento,
misto de diálogo e confidência, reuniu interlocutores que pouco se
encontram na azáfama cotidiana e converteu-se em cena integra-
dora, capaz de evidenciar a multiplicidade constitutiva da FCL em
suas realidades vitais de aprender, participar, realizar. O encontro
assinalou que tudo é eterno, por ser tudo presente, embora nada seja
definitivo.
Talvez as instituições sejam as ilusões construídas a seu re-
dor. A vida nelas, afinal, costuma ser difícil, cansativa e angustian-
te. Sim, o desassossego existe, mas pode ser permeado por simpatia
humana, curiosidade intelectual e crença na capacidade de aperfei-
çoamento, implicados aí recuos e malogros.
Equacionando nossos contentamentos descontentes, elo-
giamos colaborações efetuadas e sonhamos contribuições futuras.
No Café da Manhã comemorativo, celebramos a impermanência na
permanência, experimentando a intensidade de um sabor simulta-
neamente amargo e doce, que é o do gosto de viver.
Sandra Aparecida Ferreira