Page 235 - A trajetória da Faculdade de Ciências e Letras de Assis nos desafios educacionais do ensino superior: entre o passado e o futuro

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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
criada. “Desesperar jamais, aprendemos muito nesses anos, afinal
de contas não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo
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”.
Ditadura também intramuros, nos espiando nas salas de
aula através das janelinhas de vidro, ainda hoje testemunhas. Pau-
lo Freire, Bourdieu, Brecht, Marx, Chomsky entravam sorrateira-
mente pelas portas dos fundos dos cursos, nos iluminavam e encan-
tavam os alunos
Ocupar espaços sindicais na Adunesp, na mobilização por
eleições diretas dentro na UNESP, numa organização e administra-
ção crítica na Coordenadoria do Curso de Psicologia em diferentes
momentos de revisão curricular, de polêmica na presidência da Co-
missão de Ensino do câmpus, órgãos colegiados locais e centrais:
experiências políticas e administrativas, re-conhecimento de seus
bastidores.
Aulas preparadas com dedicação, que esse é nosso maior
ofício (nos primórdios, elaborando textos, mimeografando-os para
o estudo dos alunos, que a biblioteca resumia-se a poucas estantes
de livros desatualizados); supervisão de estágios (ah! as institui-
ções nos mostrando o tanto que ainda temos que saber); iniciando e
acompanhando os jovens pesquisadores; muita escuta às inquieta-
ções acadêmicas, institucionais e políticas dos alunos.
Para conhecer mais, ensinar melhor, mestrado e doutorado
de volta à PUC-SP, que acolhera em seu corpo docente aqueles que
voltaram com o “irmão do Henfil”. Títulos, como mera conseqüên-
cia.
Em 2003, colegas docentes, funcionários e alunos propuse-
ram que Carlos Brandão – amigo e colega de trabalho acadêmico,
pesquisa, lutas e ideais – e eu concorrêssemos, respectivamente, à
Direção e Vice-Direção do câmpus. Esse grupo entendia que nossa
respeitada história de vida na universidade, nossa trajetória inte-
lectual, docente, administrativa e política dentro da universidade e
nossa sólida inserção emmovimentos culturais e sociais na comuni-
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Desesperar jamais
,
Ivan Lins eVitor Martins