nários e alunos, que recontam os momentos múltiplos, alegres e,
também, difíceis e tensos vivenciados pela comunidade acadêmica,
notadamente nos tempos da ditadura.
As lembranças apontam, num primeiro momento, para a
luta travada nos “anos de chumbo”, visando a garantir outras op-
ções políticas que colocassem na ordem do dia uma sociedade me-
nos desigual. Em outro momento, para a busca de liberdades demo-
cráticas básicas para o país, com os retornos das eleições gerais, dos
exilados e dos prisioneiros.
No âmbito da FAFIA, depois UNESP, as lutas foram várias
e acompanharam as questões gerais que envolviam o país, expres-
sas, entre outras, nas campanhas pela anistia, e pelas diretas já.
Nesse processo, as eleições surgiram como bandeiras de lu-
tas também para a Universidade, visando à democratização de suas
estruturas decisórias, com a participação de professores, alunos e
funcionários na escolha, pelo voto direto, dos chefes de departamen-
tos, dos diretores e do reitor. E, mais que isso, o respeito às decisões,
com a indicação e posse dos mais votados. Com tais demandas,
colocou-se na ordem do dia a questão da autonomia universitária.
Nesse processo, surgiram as associações docentes e de funcionários,
em frontal desobediência às leis do período, que proibiam essas ca-
tegorias de se organizarem em sindicatos ou similares.
Outras lutas também foram indicativas de diferenças e in-
teresses distintos na Universidade. Elas marcaram momentos de
tensão e rebeldia que resultaram na invasão da Reitoria, da Sala da
Direção do Campus, ou do Saguão do Prédio I por alunos, que rei-
vindicavam a solução de questões políticas mais gerais e outras mais
específicas que os atingiam cotidianamente. Os temas foram vários:
exigência de restaurante universitário, moradia estudantil, bolsas
de auxílio ao estudante, entre outras.
Demandas também foram traduzidas nas campanhas sala-
riais de funcionários e professores da Universidade. Por intermédio
de suas associações sindicais, denunciaram o aviltamento de seus
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Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1958-2008) 50 anos. Por que comemorar?
