Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 651

O DISCURSO HUMORÍSTICO FEMININO
Ester Myriam Rojas OSORIO
1
RESUMO
O discurso humorístico vestindo uma roupagem de estrutura coloquial, casual e
despojada, não deve ser confundido com um gênero discursivo primário. Segundo o
conceito Bakhtiniano. Através de uma narração estética, o autor consegue mostrar uma
leitura da vida cotidiana, utilizando a palavra do outro, e dos outros (cidadãos comuns
que se encontram sob a influencia de um momento histórico), e faz uma crítica oportuna
à realidade. Utiliza uma estrutura discursiva aparentemente simples, não fornece todos
os elementos necessários para que o leitor consiga o dialogo pleno, o leitor precisa
captar o contexto outorgado pelos recursos extralingüísticos utilizados. Em este trabalho
chamamos à atenção no discurso humorístico da autora argentina, Maitena, que
passando por cima da idéia de que o humor tem sido um terreno exclusivamente
cultivado pelos homens, nas últimas décadas, ela tem se destacado nesse campo,
demonstra que conhece os males que martirizam as mulheres nos dias de hoje.
PALAVRAS-CHAVE:
dialogismo, discurso humorístico feminino, realidade da
mulher pós-moderna
Neste trabalho nosso interesse é examinar o Discurso Humorístico desenvolvido
pela mulher, pois embora saibamos que o Humor tem sido um terreno cultivado
exclusivamente pelo gênero masculino, ultimamente vem se destacando algumas figuras
femininas no Humorismo Latino-americano, como o caso de Maitena, na Argentina.
Sabemos que o papel da mulher através da história se limitava ao cuidado da família e
do lar. Dessa forma, a mulher era afastada dos âmbitos públicos e era reservado para ela
só o âmbito privado do lar. Encontramos, estes papeis, descritos em algumas obras de
autores importantes tais como: EIXIMENES, F. (1981), que no século XV descreve o
modelo de mulher, base fundamental da família, consagrada ao cuidado domestico.
Como também, em LEÓN, FRAY LUIS (1980), que, quando propõe o ideal de mulher
no século XVI, a identifica como boa esposa e boa mãe, além dos bons cuidados com o
lar. Estes autores reforçam a idéia de que o oficio da mulher, até os séculos XV e XVI,
1
 Professora Doutora da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” / (UNESP – Assis/SP) – 
Atua nas áreas de Ensino de Línguas, Tradução, Relações Internacionais e lidera o Grupo de Estudos 
Bakhtinianos (GEB/ASSIS);
1...,641,642,643,644,645,646,647,648,649,650 652,653,654,655,656,657,658,659,660,661,...1290
Powered by FlippingBook