sozinhos ou em grupo, independente de solicitação, os jovens começaram a levar livros
para casa.
Importantes visitas externas foram realizadas. A primeira foi à Fundação
Educacional do Município de Assis (FEMA), para participação numa oficina de
compreensão textual. A visita foi significativa não só do ponto de vista do conteúdo
aprendido, mas, também, porque era a primeira vez que muitos dos sujeitos entravam
numa universidade. Não muito tempo depois, voltamos à instituição para participar de
uma feira de profissões. O laboratório de jornalismo foi o local em que os adolescentes
permaneceram por mais tempo; tiveram contato com diversas técnicas do curso, e
alguns saíram de lá bastante estimulados por tudo o que viram e conheceram.
As semanas que seguiram foram de visitas às livrarias da cidade. Na primeira
delas os adolescentes permaneceram durante 03 horas; com uma lista nas mãos
anotavam os títulos que desejavam comprar para compor o acervo da sala.
Além da escolha e compra de títulos, os sujeitos participaram de uma
capacitação para preservação e restauro de livros e documentos no Centro de
Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP) da UNESP, campus de Assis. Nesta
atividade, os jovens ganharam como material de apoio uma apostila que continha
explicações de cuidados com livros, conteúdos sobre a história do papel, fatores de
deteriorização, procedimentos de manuseio, tintas, higienização e tipos de reparos.
É importante dizer que após todas as atividades era estabelecida uma conversa
acerca da importância do que havia sido realizado. Outra atividade significativa foi à
visita que os jovens receberam da professora Ana Maria Bloj, da Universidade Nacional
de Rosário, Argentina. Foi um momento de reflexão compartilhada sobre o trabalho que
havíamos realizado e de troca de ideias, uma vez que ela realiza trabalho semelhante,
com crianças e adolescentes carentes e em situação de rua, em seu país. Bloj deu
sugestões de atividades, registrou os questionamentos dos jovens, bem como levou
consigo indicações de leitura dos adolescentes, tanto para os de lá quanto para ela
mesma.
Ademais, os grupos comprometeram-se em trocar material produzido por seus
freqüentadores. Trocaram livros produzidos pelos adolescentes daqui e pelos de lá. Uma
iniciativa que visa demonstrar a possibilidade de produção desse bem cultural de
