Catálogo da Hemeroteca do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP) - page 292

Tan i a Reg i na de Luca (Or g . )
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Review of Books
e
New Statesman.
Teve como diretor Fernando Gasparian e como
editor Raimundo Pereira, possuindo um corpo de redatores permanentes e um conselho
de colaboradores.
DESCRIÇÃO:
Trata-se de “Um jornal que não defende interesses pessoais, não pertence
a nenhum partido, não é porta-voz de qualquer ideologia e se recusa a aceitar um volume
de publicidade que ultrapasse a 20 por cento de sua receita. Esses são os princípios
básicos de OPINIÃO, semanário que começa a circular no próximo dia 6 de novembro,
segunda-feira”. O periódico
Opinião
nasceu em outubro de 1972, em meio à
efervescência da ditadura militar brasileira, durante o mandato do general Emilio
Garrastazu Médici. Resultado de investimentos de empresários, jornalistas e intelectuais,
mesmo sem divulgação, o jornal, em seus primeiros números, ganhou prestígio e vendeu
mais de 25 mil exemplares. No entanto, em razão de pressões políticas, foi fechado em
abril de 1977.
Opinião
nasceu na época em que floresciam os jornais ditos alternativos,
seguindo os ideais que marcaram a política esquerdista do país, tinha como objetivo levar
adiante propostas de questionamentos e críticas ao governo militar, bem como da
realidade brasileira. Circulava semanalmente, a fim de concorrer com a revista
Veja
, e
contava com uma edição brasileira do jornal francês
Le Monde
, e
do inglês
The Guardian,
além da edição quinzenal do
The New York Times.
O periódico reunia, em suas páginas,
artigos de jornalistas e intelectuais, que ficaram conhecidos pelas ideias que defendiam
na época, entre eles destacam-se: Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, Paul
Singer, Celso Furtado, Antônio Cândido. Suas matérias chamavam a atenção por tratar
de assuntos que não eram muito abordados pela grande imprensa, dando ampla
cobertura a fatos não muito mencionados como, por exemplo, a Guerra do Vietnã, os
problemas do “milagre” brasileiro. Entretanto, a reação do governo foi imediata,
Opinião
foi um dos jornais mais censurados pela ditadura militar, tanto que, no dia “15 de
novembro de 1976, dia da eleição de vereadores e quando o país já entrava no lento,
gradual e seguro processo de distensão política, uma bomba explodiu no escritório do
jornal, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro”. Nos primeiros meses da gestão
governamental de Ernesto Geisel, a censura prévia foi retirada de alguns jornais como
O
Estado de S. Paulo,
e da revista
Veja,
e do semanário
O Pasquim,
mas permaneceu em
Opinião,
e em alguns outros periódicos. Com novas questões surgindo no cenário
político, em razão de certo abrandamento no Regime, começaram a aparecer
divergências entre Raimundo Pereira que preferia um jornal de cunho mais combativo e
Fernando Gasparian que preferia manter uma linha mais geral, centrada nos pontos
comuns da política oposicionista. Assim, em abril de 1975, Raimundo Pereira deixa o seu
posto de editor, e em seu lugar entra Argemiro Ferreira com uma linha editorial
politicamente mais branda, enfrentando algumas dificuldades como a reorganização da
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