Catálogo da Hemeroteca do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP) - page 157

Ca t á l ogo da Heme r o t eca do Cedap
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semiduráveis (produtos de construção civil), leilões de imóveis (fazendas) e escravos,
além de diversos anúncios, com ofertas de emprego e de escolas.
DESCRIÇÃO:
O
Jornal do Commercio
foi fundado no Rio de Janeiro, em 1827, por Pierre
Planche. Antes, em Paris, ele fora editor de Voltaire, de Benjamin Constant de Rebecque
e de outros destacados intelectuais. No entanto, por não se enquadrar ao regime então
vigente na França e às perseguições que sofria por suas tendências liberais na época da
Restauração, sob Luiz XVIII, teve de emigrar. Chegou ao Brasil em 1824 e aqui instalou
prontamente sua oficina. Trouxe modernos equipamentos e alguns operários
especializados que representavam, na época, o que de mais avançado existia no ramo.
Fundou dois jornais, um deles o
Jornal do Commercio
, que se seguiu ao primeiro,
denominado
Spectador Brasileiro
, que circulou até o dia 23 de maio de 1827. O
Jornal do
Commercio
, surgido com características econômicas, com base nas publicações preços
correntes, notícias marítimas e movimento de importação e exportação editadas por
Plancher desde sua chegada ao Rio, transformou-se, pouco depois, em folha política e
comercial, em razão do agravamento da situação do País, nos primeiros anos da
Independência, quando Pedro I, pressionado pelos portugueses, ia fazendo concessões
que poderiam prejudicar os brasileiros. Estes, por sua vez, sentiam que o momento
reclamava uma atitude enérgica, diante da qual o jornal não poderia continuar neutro.
Desde 1827, o
Jornal do Commercio
participou com a
Aurora Fluminense
, de Evaristo da
Veiga, na propaganda e no preparo do movimento que culminaria na abdicação de Pedro
I, em 7 de abril de 1831. Com a mudança do regime, também, na França (queda de
Carlos X), a chamada Segunda Revolução, e a volta ali da liberdade de imprensa, Pierre
Plancher retornou a Paris. O
Jornal do Commercio
teve como sucessores, na sua
direção, os franceses Junius Villeneuve, Francisco Picot e Julio de Villeneuve (filho do
primeiro e cunhado do segundo) que mantiveram o importante diário até 1890. Depois, o
jornal passou por diversos proprietários que empreenderam muitas mudanças em sua
estrutura e conteúdo, e que contribuíram para o crescimento de sua importância no
cenário da mídia impressa brasileira.
FONTE:
JORNAL DO COMMERCIO.
Jornal do Commercio: quase dois séculos de
história.
Disponível em: <
>. Acesso em: 02 out.
2008.
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