TÍTULO: Opinião
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ENDEREÇO: Rua Abade Ramos, 78 – Jd. Botânico.

CIDADE: Rio de Janeiro

PERIOCIDADE: Semanal

N.º DE PÁGINA: 24 páginas.

DATAS-LIMITE: 23 out.1972 - 8 abr.1977 (no CEDAP).

EXEMPLARES: 0 - 25; 27 - 54; 56 -171; 173 - 176; 178 - 180; 182 - 204; 206 - 212; 215 – 231.

REDAÇÃO/RESPONSÁVEL: Fernando Gasparian (Proprietário e diretor); Raimundo Pereira (editor até 28/04/1975), Argemiro Ferreira (editor até 09/05/1975 depois passa a ser Redator Chefe); Sérgio Augusto, Helena Salem, Eduardo Ulup, Paulo Sérgio Markun (Editores a partir de 27/06/1975).
ILUSTRAÇÃO: Cássio Loredano, Diter Stein, Elias Andreato, Chico Caruso
COLABORADORES: Raimundo Pereira, Fernando Gasparian Antonio Candido, Antonio Callado, Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, Paul Singer, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Otto Maria Carpeaux, Hélio Jaguaribe, Paulo Francis, Lauro de Oliveira Lima, Jean-Claude Bernadet, Millôr Fernandes e Oscar Niemeyer, Júlio Cesar Montenegro, Marcos Gomes, Antonio Carlos Ferreira, Bernardo Kucinski, Dirceu Brisola, Maurício Azedo.

CARACTERIZAÇÃO: Opinião foi lançado em formato de tablóide e contava com 24 páginas, o elemento gráfico estava integrado ao texto. Apresentava uma seção de assuntos nacionais que se constituía de várias seções que versavam sobre economia, política, educação e artes em geral. Os assuntos internacionais contavam com edições brasileiras do diário francês Le Monde, além de artigos de órgãos de sólida reputação internacional, como Le Nouvel, Observateur, The Washington Post, The Guardian, The New York Review of Books e New Statesman. Teve como diretor Fernando Gasparian e como editor Raimundo Pereira, possuindo um corpo de redatores permanentes e um conselho de colaboradores.

 

DESCRIÇÃO: “Um jornal que não defende interesses pessoais, não pertence a nenhum partido, não é porta-voz de qualquer ideologia e se recusa a aceitar um volume de publicidade que ultrapasse a 20 por cento de sua receita. Esses são os princípios básicos de OPINIÃO, semanário que começa a circular no próximo dia 6 de novembro, segunda-feira”.
O periódico Opinião nasceu em outubro de 1972 em meio a efervescência da ditadura militar brasileira, durante o mandato do general Emilio Garrastazu Médici. Resultado de investimentos de empresários, jornalistas e intelectuais, mesmo sem divulgação o jornal em seus primeiros números ganhou prestígio e vendeu mais de 25 mil exemplares. No entanto, devido a pressões políticas foi fechado em abril de 1977.
Opinião nasceu na época em que floresciam os jornais ditos alternativos, seguindo os ideais que marcaram a política esquerdista do país, tinha como objetivo levar adiante propostas de questionamentos e críticas ao governo militar, bem como da realidade brasileira.Circulava semanalmente, a fim de concorrer com a revista Veja, e contava com uma edição brasileira do jornal francês Le Monde, e o inglês The Guardian, além da edição quinzenal do The New York Times. O periódico reunia em suas páginas artigos de jornalistas e intelectuais, que ficaram conhecidos pelas idéias que defendiam na época, entre ele destacam – se: Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, Paul Singer, Celso furtado, Antonio Candido entre outros.
Suas matérias chamavam a atenção por tratar de assuntos que não eram muito abordados pela grande imprensa, dando ampla cobertura a fotos não muito mencionados como, por exemplo, à Guerra do Vietnã, aos problemas do “milagre” brasileiro. Entretanto a reação do governo foi imediata, Opinião, foi um dos jornais mais censurados pela ditadura militar, tanto que no dia “15 de novembro de 1976, dia da eleição de vereadores e quando o país já entrava no lento, gradual e seguro processo de distensão política, uma bomba explodiu no escritório do jornal, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro”.
Nos primeiros meses da gestão governamental de Ernesto Geisel, a censura prévia foi retirada de alguns jornais como O Estado de S. Paulo, e da revista Veja, e do semanário O Pasquim, mas permaneceu em Opinião, e em alguns outros periódicos. Com novas questões no surgindo cenário político, devido a um certo abrandamento no Regime, começaram a aparecer divergências entre Raimundo Pereira que preferia um jornal de cunho mais combativo e Fernando Gasparian que preferia manter uma linha mais geral centrada nos pontos comuns da política oposicionista. Assim em abril de 1975 Raimundo Pereira deixa o seu posto de editor, e em seu lugar entra Argemiro Ferreira com uma linha editorial politicamente mais branda, enfrentando algumas dificuldades como a reorganização da redação, procurando “colocar-se como um veículo das reivindicações mais gerais no período da chamada dissidência”. No entanto,  devido a uma nova etapa de recrudescimento da censura, durante o segundo semestre de 1976, Opinião passou por novas modificações internas, ocasionadas pela saída do editor Argemiro Ferreira, e por um controle maior do jornal por Fernando Gasparian. Com o acirramento da censura, e as divergências internas, as dificuldades do jornal intensificaram-se em abril de 1977 foi publicado o editorial de nº 230 que rompia de vez com a censura, assim o número 231 foi totalmente sem censura sendo apreendido pela Polícia Federal, desde então Opinião suspendeu sua circulação.

 

FONTES:
FERREIRA, Marieta Morais de. Opinião. In: Dicionário Histórico- Biográfico Brasileiro pós - 1930. Coordenação: Alzira Alves de Abreu. Rio de Janeiro: Editora FGV; CPDOC, 2ª ed. 2001

FRANCO, Célia de Gouvêa. Há 20 anos censura liquidava ‘opinião’.


http://prof.reporter.sites.uol.com.br/opiniao.htm, acessado em 23/09/2008. Fonte utilizada para melhor exemplificação e coerência de dados do texto

MARQUARDT, Eduardo. opinião 1972-1973. Os limites regrados da oposição. http://www.cce.ufsc.br/~nelic/Boletim_de_Pesquisa4/texto_eduard.htm, acessado em 23/09/2008



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