TÍTULO: O PASQUIM
img

ENDEREÇO: Rua do Resende, 100, Lapa (1969); Rua Clarisse Índio do Brasil, 32, (1970); Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 1183(1972); Rua Saint-Roman, 142 (1974); Rua da Carioca, 59(1984 – 1991).

CIDADE: Rio de Janeiro - RJ.

PERIODICIDADE: semanal e quinzenal (a partir de 1988).

NUMERO DE PÁGINAS: varia bastante: 20, 16, 24, 32, 28,36 tendendo a se estabilizar em 32 páginas a partir do número 35 (1970). Números especiais tendem a ter mais páginas.

DATAS-LIMITE: circulou de julho de 1969 a novembro de 1991. No CEDAP, existe até setembro de 1991.

EXEMPLARES: Ano I (02-04; 07; 09; 11-12; 15-27) Ano II (28-78) Ano III (79-121; 130) Ano IV (131-132; 134-140; 142; 145-146; 150-182). Ano V (183-234) Ano VI (235-243;247-248;250;252-254;256-257;259-281;283-296;298-299;301;303-311) Ano VII (312;314-334;336-337;339;342-346;348-351;353-357;362-363) Ano VIII (365-366;368-376;378-395;397-404;406-416) Ano IX (417-422;424-428;430;432-433;435-436;438;441;443;446-448;450;452-453;455;459;461-462;467-470;Edição Especial s/n.) Ano X (473-476;481-482;484;491-492;497-498;500;505;508;511;518) Ano XI (560;565-566) Ano XII (575;577;590) Ano XV (762-763) Ano XXI (1056-1062;1064-1065) Ano XXII (1066;1068) Ano XXIII (1070).

REDAÇÃO/RESPONSÁVEL: Tarso de Castro (1969); Sérgio Cabral (1970); CODECRI – diretor: Millôr Fernandes (1971 a 1972); Jaguar e Ziraldo (1972); Ivan Lessa (1975) CODECRI diretor: Jaguar (1975); Haroldo Zager e Reinaldo (1980); Jaguar (1984 - 1991) João Carlos Rabelo (diretor–presidente 1988 – 1991)

ILUSTRAÇÃO/FOTOGRAFIA: ilustrações de Millôr Fernandes, Jaguar, Claudius, Fortuna, Ziraldo, Henfil, Zélio, Reinaldo, Nani, Mariano, Guidacci, Duayer, Chico Caruso, Agner, Cláudio Paiva, Humbert e outros. Fotografias assinadas por Pedro de Moraes, Paulo Garcez, Valter Gheiman e outros.

COLABORADORES: Tarso de Castro, Claudius, Jaguar, Ziraldo, Sérgio Cabral, Prósperi, Luis Carlos Maciel, Millôr Fernandes, Fortuna, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda, Chico Anísio, Ferreira Gullar, Pedro Ferretti, Marcos de Vasconcelos, Odette Lara, Vinicius de Moraes, Glauber Rocha, Cacá Diegues, Newton Carlos, Sérgio Augusto, Alberto Dines, Aloísio Biondi, Alfredo Sirkis, Edílson Martins, Ivan Lessa, Newton Carlos, Flávio Rangel e outros.

CARACTERIZAÇÃO: A forma gráfica do jornal é uma de suas características marcantes. Não tem uma seqüência estabelecida de colunas. A página é construída de um modo muito visual, tomada como um objeto composto, equilibradamente, de texto, ilustrações e eventuais fotografias. Os artigos são apresentados como um todo, de forma a serem não somente lidos mais vistos. A página é trabalhada graficamente de modo a ser mais que um suporte para a leitura linear. E os artigos são sempre acompanhados de ilustrações, ou então a página comporta, além do texto, um ou mais cartuns.

DESCRIÇÃO: O Pasquim circulou em um dos períodos mais conturbados da história brasileira, foi porta voz de todos os tipos de intelectuais, artistas, músicos e principalmente jornalistas que faziam ou não parte de sua redação, contra a Ditadura Militar Brasileira (1964 – 1985), de onde sofreu com a censura e apreensão do período. Inspirou-se na chamada contra-cultura norte americana, e em meados dos anos 70 se tornou um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro, discutindo questões como sexo, drogas, feminismo, divórcio e etc. Misturava política, comportamento e crítica social, caracterizando-se pela utilização do humor como forma de contestação. Inicialmente tinha como alvo principal à ditadura militar e a censura estabelecida no meio jornalístico do qual o próprio Pasquim sofreu, pois teve censores em sua redação e muitos de seus colaboradores sofreram com prisões e exílios. O moralismo da classe média e a grande imprensa também eram alvos das sátiras pasquinianas. Conseqüentemente a partir de 1974 o jornal tornou-se o jornal dos anistiados, entrevistando exilados e fazendo propaganda pela anistia. No inicio de 1980, com a abertura política, a redemocratização e o pluripartidarismo, a ditadura militar deixou de ser o único alvo dos colaboradores. A partir de 1988 o jornal posicionou-se contra a corrupção, o capitalismo neoliberal e após as eleições presidenciais de 1989, contra Fernando Collor de Melo e as políticas implementadas por ele no governo. Portanto o Pasquim tem uma relação íntima com a política e as questões sociais do período que circulou. O Pasquim é uma das principais portas de entrada para o conhecimento da sociedade brasileira, nas décadas de 70 e 80, e da chamada imprensa nanica, do qual fez parte como um de seus precursores.

FONTE: ABREU, Alzira Alves de. BELOCH, Israel. LATTMAN-WELTMAN, Fernando. LAMARÃO, Sérgio Tadeu de Niemeyer (coord.). Dicionário Histórico-bibliográfico Brasileiro pós-1930, VOL. IV. Rio de Janeiro: ED. FGV-CPDOC, 2001.
BRAGA, José Luiz. O Pasquim e os anos 70: mais pra epa que pra oba. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1991.
REGO, Norma Pereira. Pasquim, gargalhantes pelejas. Rio de Janeiro: Ed. Relume Dumará, 1996.



voltar