TÍTULO: DIRETRIZES – Política, Economia, Cultura.
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ENDEREÇO: Rua Miguel Couto, 32 (de abril de 1938 até maio de 1938). Rua Senador Dantas, 44, sala 3 (de junho de 1938 até dezembro de 1939). Rua Senador Dantas, 19, 1º andar, s/103 (de janeiro de 1940 até fevereiro de 1941). Rua Primeiro de Março, nº 7, 8º andar -entrada pelo beco dos barbeiros (de março de 1941 provavelmente até junho de 1944). Em 1941 informou-se no expediente da revista que a impressão era responsabilidade das Oficinas da Empresa A Noite localizadas à Rua Evaristo da Veiga, 16, Rio de Janeiro (RJ). Quando Diretrizes ressurgiu como jornal diário, a sede situava-se à Avenida Presidente Wilson, 198, 9º andar. A partir de novembro de 1945, à Rua Sacadura Cabral, 43. Em setembro de 1946, a redação continuou neste endereço, mas a administração passou à Avenida Rio Branco, nº 20, 18º andar. Em janeiro de 1949, redação e oficina passaram à Rua do Lavradio, nº ilegível, enquanto direção, gerência e publicidade situaram-se à Rua Debret, 23-2, salas 208 e 210.

CIDADE: Rio de Janeiro (RJ).

PERIODICIDADE: Diretrizes surgiu como revista mensal em abril de 1938 e assim circulou até dezembro de 1940 quando transfigurou-se em semanário. O periódico saiu de circulação em meados de 1944, mas ressurgiu como jornal diário em 1945.

Nº DE PÁGINA: Durante a fase mensal, manteve-se a média de 64 páginas que caíram para 32 no período semanal. Na fase jornal, média de 16 páginas.

DATAS-LIMITE:O surgimento deu-se em abril de 1938 e o fechamento em julho de 1944. Estas datas são as mesmas para os números existentes no CEDAP. O ressurgimento como jornal diário deu-se em 1945, mas não é possível precisar as datas do início e do fim desta fase, visto que a coleção existente no CEDAP para este período encontra-se incompleta e vai de 26 de julho de 1945 até 12 de janeiro de 1949.

EXEMPLARES: Ano I (1-9), ano II (10-20), ano III (21-22; 24-31; 34), ano IV (35; 37-58; 60-79), ano V (80-85; 88; 90; 93-100; 102-131), ano VI (132-140; 142; 148; 153; 159; 161; 163; 165; 167; 170-172; 175-179; 181-183), ano VII (184-189; 199; 203), ano VIII (259-260; 290-292; 304-305; 308; 321-324; 331; 347-349; 356), ano IX (403-406; 533; 613), ano XII (1247).

REDAÇÃO / RESPONSÁVEL: De abril de 1938 a outubro do mesmo ano, Azevedo Amaral figurou como diretor e Samuel Wainer como secretário. Em novembro Wainer tornou-se diretor. Em setembro de 1939 o cargo passou às mãos de Octávio Xavier e Wainer apareceu como diretor-secretário. Em fevereiro de 1940, Wainer tornou-se diretor novamente. Nesta ocasião, Vito Petagna tornou-se diretor-secretário, cargo que ocupou até junho do mesmo ano. Em abril de 1940, Wainer dividiu a direção com Moacyr Werneck de Castro, situação que perdurou até agosto do mesmo ano. Em dezembro, Octávio Malta tornou-se diretor-secretário, cargo que ocupou até maio de 1941. Em janeiro deste ano, Maurício Goulart passou a dividir a direção do periódico com Samuel Wainer. Goulart ocupou este cargo até dezembro de 1942. Em janeiro deste ano, a secretaria esteve a cargo de Augusto Rodrigues e a partir de maio passou à responsabilidade de Joel Silveira enquanto que Samuel Wainer ocupou a direção até 1944. Em 5 de junho de 1941 o expediente passou a estampar a informação: “Propriedade da Empresa Editora Diretrizes Ltda.” Em 1945, data do ressurgimento do periódico como jornal diário, Diretrizes figurou como “propriedade da Editora Diretrizes S/A”, sob a presidência de Hercolino Cascardo, direção de Samuel Wainer e gerência de Raul Pedrosa. A partir de 31 de agosto de 1945, Samuel Wainer desapareceu do expediente e a direção do jornal ficou a cargo de Osvaldo Costa. Wainer continuou no time de Diretrizes como correspondente na Europa. A partir de setembro de 1946, Osvaldo Costa figurou como diretor-presidente, Nino Gallo como diretor –superintendente e Luiz Quentel como diretor-tesoureiro. Em janeiro de 1949, Archimedes Pereira Lima figurava como diretor.

ILUSTRAÇÃO: Santa Rosa, Nássara, Bill, J. Carlos e Augusto Rodrigues. Durante a fase jornal, Augusto Rodrigues, Salinas e Cola destacam-se como ilustradores.

COLABORADORES: Azevedo Amaral, Rubem Braga, Carlos Lacerda, Samuel Wainer, Álvaro Moreyra, David Adler, Osório Borba, Francisco Steele, Genolino Amado, Arthur Ramos, Remy Fonseca, Jorge Amado, Joel Silveira, Augusto Rodrigues, Raymundo Magalhães Júnior, Rachel de Queiroz, Theóphilo de Andrade, Richard Lewinson, Francisco de Assis Barbosa, Alceu Marinho Rego, Carlos Cavalcanti, José Lins do Rego, Aníbal Machado, Graciliano Ramos, Marques Rebelo, Arnaldo Pedroso d’Horta, Astrojildo Pereira, Maurício Goulart, Hermes Lima, Edson Carneiro, Nássara e Dalcídio Jurandir. Na fase jornal, a maioria dos textos não apresentava assinatura. No entanto, foi possível apreender alguns nomes como Harold Laski, Hermes Lima, Vinícius de Moraes, Raymundo Magalhães Júnior, Braga Filho, Valdemar Cavalcanti e Lúcia Miguel Pereira.

CARACTERIZAÇÃO: Inicialmente a revista apresentava artigos que ocupavam a maior parte de sua estrutura. Quando houve a mudança de periodicidade, a revista alterou-se significativamente, visto que o número de artigos diminuiu ao passo que aumentou a freqüência de reportagens e seções. Nesta ocasião, o formato de Diretrizes aproximou-se ao de um jornal. O tamanho inicial de 18,5 cm x 27 cm aumentou para 48 cm x 28 cm. Nos primeiros tempos, as seções mais recorrentes eram A política do mês, Comentário internacional, O homem da rua, Pequenos segredos do mundo, Problemas brasileiros, No mundo das letras e A nota do mês. Durante o período semanal, destacaram-se: Blitzkrieg, Comentários nacionais, Aconteceu nesta semana, Guerra sem mistérios, Movimento cultural, Front literário. Neste período, publicaram-se seções sobre esportes, rádio, teatro e cinema. Em todo o período em que circulou, Diretrizes apresentou seções sobre política internacional, economia e cultura. Em 1940, apresentou-se aos leitores um Suplemento Literário que não está presente no CEDAP. A revista apresentava publicidade de empresas paulistas, mineiras e cariocas além das norte-americanas Westinghouse, RCA Victor e Ford. As principais eram as de Gillette e de cassinos cariocas. A iconografia era constante. As capas apresentavam fotografias na maioria das vezes e algumas seções recebiam ilustração de desenhos e charges. Quando Diretrizes ressurgiu como jornal diário, a sua diagramação foi a mesma de Última Hora, jornal lançado por Samuel Wainer no início dos anos 1950 com o qual o jornalista tornou-se influente figura da imprensa brasileira: a manchete encabeçava a primeira página em maior destaque e o título da publicação vinha logo abaixo e figurava no lado direito da página em tamanho menor. A seção Aconteceu nesta semana tornou-se Aconteceu hoje, mas circulou em apenas algumas edições. Destaque para as seções A política, A cidade, Histórias para todas as idades, Histórias de emoção e mistério, O mundo em fotografia, Diretrizes no turf e Movimento sindical. No entanto, o principal gênero desta fase era a reportagem. O jornal também apresentava seções de cultura como Boletim literário, Cinema e teatro e Rádio, mas outros textos conferiram à publicação um caráter mais popular como a seção de esportes presente em todas as edições e que ocupava uma página inteira. A mesma situação deu-se para a seção feminina Para a mulher. Diretrizes apresentava seção de economia, cotações de preços, dados da movimentação dos hipódromos cariocas, uma seção astrológica com horóscopo e mapa astral de políticos e Indicador profissional com anúncios de prestadores de serviços como o advogado Hermes Lima, além da seção Cartazes de hoje (agenda teatral e cinematográfica). As fotografias destacavam-se entre as imagens, mas os desenhos também apareciam em freqüência considerável com as charges e tiras como Joel, o guerrilheiro das selvas, Augusto, o sabichão, Aventuras de Ataulfo, Aventuras do gato Félix, Tarzan, Buffalo Bill, Camundongo Mickey e Robinson Crusoé. Os principais anúncios eram dos produtos farmacêuticos Lysoform e Juventude Alexandre, fósforos Sol, Cassino Atlântico, Gillette, e Guaraná Antártica.

DESCRIÇÃO: A revista surgiu mensalmente em abril de 1938 sob a direção de Azevedo Amaral e Samuel Wainer. Amaral desligou-se do periódico em novembro do mesmo ano por conta de desentendimento com Wainer. Diretrizes tornou-se publicação semanal em dezembro de 1940 e desapareceu em julho de 1944 por motivos pouco conhecidos. Os assuntos mais recorrentes giravam em torno da política, economia e cultura nacionais e internacionais. No entanto, o posicionamento editorial não era estanque, visto que a revista abrigou colaboradores de diferentes matizes. A contrariedade ao nazifascismo foi a principal marca de Diretrizes segundo a autobiografia de Samuel Wainer, Minha razão de viver. O relançamento da publicação como jornal diário em 1945 tinha clara intenção de dar continuidade ao projeto interrompido de Diretrizes, visto que a numeração retomou a das edições da fase anterior e os expedientes do diário apresentavam a informação: “Fundado em 1938”. O gênero dos textos parecia oscilar entre sofisticado e popular, mas certamente a segunda marca era a mais visível no diário apresentado como “um jornal completo por 40 centavos”.

OBSERVAÇÕES: O subtítulo manteve-se de abril de 1938, data da fundação da revista, mas suprimiu-se em janeiro de 1941. Após 1945, quando Diretrizes ressurgiu como jornal diário, apresentou em boa parte dos números o subtítulo: “Um jornal completo para o povo”.

Diretrizes possuiu representantes e distribuidores em diversas localidades do país como Rio de Janeiro (capital e Campos), São Paulo (capital, Santos e Piraju), Rio Grande do Sul (capital, Passo Fundo, São Leopoldo, Livramento, Rio Grande), Paraná (capital, Ponta Grossa e Lapa), Minas Gerais (capital e Juiz de Fora), Mato Grosso – ainda não havia a divisão entre sul e norte (Campo Grande), Bahia (capital e Ilhéus), Pernambuco, Ceará, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Pará e Amazonas (nas respectivas capitais), Piauí (Floriano e Parnaíba). Em maio de 1942, surgiram sucursais em Santos (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR). Em outubro do mesmo ano surgiu uma distribuidora internacional em Buenos Aires, à rua Flórida, 229.

FONTES:
DUQUE Filho, Álvaro Xavier. Política internacional na revista Diretrizes (1938-1942). Mestrado em História. Assis, SP: FCL, 2007.
FERRARI, Danilo Wenseslau. Diretrizes: a primeira aventura de Samuel Wainer. Histórica – Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, nº 31, 2008.
LEAL, Carlos Eduardo. Diretrizes. IN: ABREU, Alzira Alves de (org). Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós-30. vol II. Rio de Janeiro: FGV : CPDOC, 2001, p. 1882 e 1883.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
WAINER, Samuel. Minha razão de viver. Memórias de um repórter. São Paulo: Planeta do Brasil, 2005.



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